Estudantes protagonizam atividades lúdicas para o exercício da tolerância às diversidades

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Fotos: divulgação
Os estudantes do Colégio Estadual Brazilino Viegas, localizado no município baiano de Alagoinhas (a 124 km de Salvador), na região do Nordeste Baiano, celebram mais uma etapa vencida do seu processo de ensino e aprendizagem com o projeto "Entre nós e retalhos: tecendo a tolerância". Por meio desse trabalho, realizado durante todo o ano letivo e culminado com ações lúdicas apresentadas no ambiente escolar, foram utilizados instrumentos de construção identitária, visando a elevação da autoestima de crianças e adolescentes negros e não negros para o exercício da tolerância às diversidades.
 
O estudante Jonathas Borges, 18, 8º ano do Ensino Fundamental, falou da experiência de participar do projeto escolar como uma forma de valorização cidadã e racial. “Para mim, as atividades que envolveram este trabalho têm um significado muito importante, considerando que sou negro em uma sociedade ainda racista, que não respeita o aluno negro da mesma forma que consideram o aluno branco. Nosso colégio tem muitos alunos negros e originários de comunidades quilombolas que, por conta dessas dificuldades, não se enxergam como negros. Então, depois de um trabalho de conscientização, percebo que meus colegas ganharam mais autoestima e isto é muito gratificante ver”, declarou.
 
Durante as atividades, os alunos criaram um mundo de representatividade, no qual eles foram os protagonistas. Para isto, explicou a professora Angelita Lopes, eles realizaram diversas ações, a exemplo da confecção de Bonecas Abayomis, trabalhando o seu poder simbólico de resistência. “Buscamos tecer uma rede de amorosidade, através do exemplo da sabedoria ancestral, presente nos contos e provérbios africanos e na materialização de cada evento, encorajando a construção de relicários positivos de memórias”, pontuou a educadora. Também foi realizado o aniversário das Abayomis e outras bonecas negras, bem como o concurso de bolos entre classes, com temáticas afrodescendente e apresentação do cenário da festa das bonecas negras, além de apresentações teatrais e concurso da Beleza Negra visando elevar a autoestima dos alunos.
 
Bonecas Abayomi
Símbolo de resistência e tradição, as Bonecas Abayomi eram confeccionadas pelas mães africanas para acalentar seus filhos, durante as viagens a bordo dos tumbeiros (navio que realizava o transporte de escravos entre África e Brasil). Elas rasgavam retalhos de suas saias para criar pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós, que serviam como amuleto de proteção. As bonecas ficaram conhecidas como Abayomi, termo que significa “encontro precioso’, em Iorubá, uma das maiores etnias do continente africano.    

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