Estudantes celebram o Dia da Consciência Negra clamando por respeito e igualdade

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Para lembrar a memória de Zumbi dos Palmares e celebrar o Dia da Consciência Negra, nesta terça-feira (20), a comunidade escolar do Colégio Estadual Ypiranga, no Dois de Julho, em Salvador, realizou a 1ª caminhada da Educação, Saúde e Igualdade, com o tema “Engana-se quem pensa que a luta acabou”. A atividade é a culminância dos projetos pedagógicos do Novembro Negro realizados ao longo do ano letivo na escola e baseadas na Lei 10.639/2003, que estabelece a obrigatoriedade de estudos sobre a história e a cultura da África no currículo escolar dos Ensinos Fundamental e Médio, propondo uma educação voltada para as relações etnicorraciais.

Animados pela fanfarra do colégio (Famafup), os estudantes desfilaram pelas principais ruas do histórico bairro dançando, cantando e empunhando faixas e cartazes clamando por respeito às diferenças e pela igualdade etnicorracial . De acordo com a professora de Geografia, Aurelielza Santos, celebrar o Dia da Consciência Negra é importante para exaltar as raízes afrodescendentes e reafirmar o pertencimento etnicorracial. “A data de hoje é uma data significativa, principalmente, pela questão da consciência negra. O Colégio Ypiranga foi construído pelas mãos do povo negro e nós não poderíamos deixar de celebrar esta data, exaltando a raiz cabocla, a partir da história do Dois de Julho, reconhecendo a necessidade de amar e proteger esse bairro que é nosso. É também importante para trazer a nossa diversidade e a nossa identidade para a educação como uma pauta significativa na construção da identidade negra dos nossos alunos”.  

Para a estudante Luiza Cerqueira, 15, 9º ano, é fundamental que a escola celebre o Dia da Consciência Negra, alertando os estudantes para o respeito às diversidades. “É muito importante a escola promover atividades como esta, porque faz parte da nossa cultura e da nossa história. Foram muitos anos de escravidão, muitas dores e mortes para que hoje nossa vida seja um pouco melhor. Não podemos nos calar. É preciso sair às ruas e lutar por direitos iguais, sempre”, conta.

Tauan Coutinho, 17, 2º ano do Ensino Médio, concorda com a colega e afirma que “é na escola que começa a conscientização da sua identidade e de seus pares”. Segundo o estudante, o 20 de novembro precisa ser celebrado por todos os soteropolitanos. “Esta cidade e esta escola foram construídas pelos nossos antepassados. Precisamos lembrar deles em todo o canto desta cidade e o colégio não pode deixar este dia passar em branco. Sair pelas ruas do bairro não é um trabalho de construção de identidade só dos estudantes, mas também de todos que estão assistindo, apoiando e nos aplaudindo”, ressalta.   
 

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