Estudantes do Colégio Estadual Satélite participam do São João da Inclusão

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No tradicional arraiá do Colégio Estadual Satélite, no bairro de Piatã, em Salvador, não faltaram quermesse, peça teatral, apresentação musical, coral, quadrilha junina, sorteios, casamento na roça e, principalmente, inclusão. A festa de São João da unidade, que aconteceu nesta terça-feira (19), envolveu os 400 estudantes da escola, entre os quais 65 especiais. Em clima de integração entre comunidade escolar, familiares e moradores do entorno, o evento foi protagonizado e produzido pelos próprios estudantes, que ornamentaram o ambiente de balões, bandeirolas e cartazes coloridos.
 
O estudante Jeferson Santos da Silva, 16, 7ª série, era um dos mais animados. Ele disse que o convívio com os colegas especiais tem sido um aprendizado. “Acho muito importante um evento festivo e de integração, como o nosso São João, porque é uma oportunidade de aprendermos a conviver com o diferente e a respeitar, afinal somos todos humanos. Já temos muita amizade uns com os outros e isto é importante para todos”, relatou o aluno, que além de ter atuado na produção da festa, fez o papel do guarda no casamento da roça.
 
O colega Gilvandeson Medeiros, 15, 7ª série, também comentou: “Além de muito divertido, o nosso festejo junino é uma oportunidade de nos integrarmos ainda mais, em clima de alegria. É muito legal conviver com os colegas que são especiais porque tudo é troca de experiência”. Com deficiência intelectual, o aluno Mateus de Santana Dias, 21, 8ª série declarou seu amor pela escola: “Gosto muito daqui e meus colegas são muito bons comigo, aprendo com eles. E vou ser o padre na peça e perguntar à noiva se ela aceita casar com o noivo”, disse, aos risos.
 
Jana Bauer, mãe de Cacai Bauer, 23, 1º ano, também falou da sua satisfação com o trabalho de inclusão que é realizado na escola. “Aqui, no colégio, a inclusão é uma prática verdadeira do dia a dia e esta festa maravilhosa só vem para consagrar. Só tenho elogios para a pedagogia aplicada e minha filha, que é a primeira influenciadora digital do mundo com Síndrome de Down, com um canal no Youtube que já tem 300 mil inscritos, se sente muito acolhida aqui”. 
 
Inclusão pela arte – A professora da sala Multifuncional, Mariana de Oliveira, destacou o uso das linguagens artísticas e culturais como forma de promover a inclusão. “Na peça, os meninos contam rapidamente a origem e a história do São João com o objetivo de realizar um trabalho inclusivo através da arte, fazendo com que eles desenvolvam a expressão corporal, a fala e a interação com os colegas”, disse a educadora, que orientou 14 alunos especiais participantes da peça.
 
A diretora Adrina Mendes ressaltou que a festa junina do Colégio Estadual Satélite é a consagração da proposta inclusiva proposta pela escola. “Todas as atividades que realizamos aqui tem este perfil e o São João, que já realizamos há muitos anos, é um momento festivo que eles gostam muito porque há uma identidade. Eles se envolvem na preparação e fazem questão de participar das apresentações. É muito gratificante ver a consolidação de um trabalho que tem neles os atores principais”.
 
 

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