Estudantes de Varzedo estreiam peça teatral nesta terça-feira

O teatro tem despertado nos estudantes do Colégio Estadual Nossa Senhora da Conceição, do município de Varzedo (210 km de Salvador), no Recôncavo Baiano, o sentimento de pertencimento e a visão de inclusão social como algo fundamental para melhorar a Educação. O resultado do entusiasmo e dedicação nas oficinas ministradas por profissionais das artes cênicas, da dança e da música é a montagem “3xArte - Uma promessa varzedense”, que faz um passeio pela arte teatral por meio de textos que vão do clássico ao popular. A peça, que tem estreia nesta terça-feira (12), às 19h, no Salão Paroquial 2, é protagonizada por 13 alunos dos 1º, 2º e 3º anos, integrantes do recém-criado grupo teatral da escola, o Varzedo EmCena.
 
O estudante Walter Issler, 17, 3º ano, conta que nunca imaginou que poderia tomar gosto pelas artes cênicas. “Quando me convidaram para entrar no grupo de teatro, achei que não era uma coisa para mim. Resisti até que um colega, que estava frequentando as oficinas, me convenceu a ir, sem compromisso. Chegando lá foi amor à primeira vista pelo teatro. É um trabalho muito envolvente, que nos dá uma nova perspectiva, como estudante e como cidadão”, relata o aluno, que na montagem fará dois papeis: Prometeu, do texto da mitologia grega “O Prometeu acorrentado”, e o comediante Antônio Moraes, da comédia dramática “O alto da compadecida”.
 
A colega Amanda Pereira, 16, 3º ano, também se surpreendeu com a sua afinidade pelas artes cênicas e se viu ainda mais motivada em sala de aula. “Nunca tinha tido experiência com o teatro e estou gostando muito. As oficinas nos trouxeram muitos conhecimentos em relação à interpretação de textos, o que me motivou mais nas aulas. Também melhorei as notas e perdi um pouco a timidez”, enaltece a estudante, que encara a personagem Rosinha, a barraqueira de “O Alto da compadecida”. Jones Levi, 17, 2º ano, completa: “Estou bem empolgado para fazer Emanuel, o Jesus de ‘O alto da compadecida’. Está sendo uma oportunidade maravilhosa de ganhar uma nova experiência, que está me ajudando a ser um cidadão melhor e um estudante mais aplicado. Além disso o teatro tem a ver com música, que é o que quero me aperfeiçoar”.
 
Formação e comprometimento – A professora de Língua Portuguesa, Literatura e Língua Inglesa, Jandira Nascimento dos Santos, responsável pelo trabalho cênico, explica que o projeto foi um dos selecionados no edital calendário das artes da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB). “Com o prêmio recebido, que líquido foi R$ 10.400, iniciamos, há três meses, as oficinas de teatro nos finais de semana, dentro da escola, com a participação dos alunos que, hoje, fazem parte do primeiro grupo teatral do nosso município”. A educadora conta que o grupo teve uma formação intensa durante estes meses com o ator Ícaro Bitencourt e o dançarino Paulo Justino, ambos da UFBA, e a instrumentista Denise Ferreira, da UEFS. “O resultado das oficinas, além da montagem, é a transformação positiva dos nossos alunos, que estão mais comprometidos com a escola e se relacionando melhor com os colegas, os professores e a própria família, bem como ganharam mais senso de responsabilidade e cooperação”.

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